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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Escolhas manipuladas: a ilusão de realidade



Segundo Marx e seu materialismo dialético, o motor da história é a luta de classes, ou seja, há uma classe dominante e uma dominada e os desenrolares históricos se dão neste conflito em que os dominados tentam se levantar contra os dominantes. Na antiguidade e na idade média a classe dominante possuía as terras, o bem mais valioso na época. Na era moderna, com a ascensão do capitalismo, além das terras eles tinham posse dos meios de  produção. Na era pós-moderna além das terras e dos meios de produção eles detêm poder sobre os meios de comunicação.
Mas será somente a posse dos meios de produção e comunicação suficientes para legitimar a posição dos dominantes? Como “os donos do poder” conseguem se aproveitar de uma maioria ,sendo eles minoria? Somente por conta do poder econômico e político?
De certa forma sim. A classe dominante possui estratégias de manipulação de massa que nos faz crer que escolhemos nosso destino. Desde a idade média a igreja já justificava a existência do bem e do mal pelo “livre arbítrio”. Na sociedade pós-moderna eles pregam “façam suas escolhas”. Mas não se escolhe nada, somente existe o discurso enganador, que dá uma falsa impressão de liberdade.
Toda essa manipulação acontece sorrateiramente, invisível, longe de qualquer suspeita da maioria do povo. Os que percebem se calam, por medo no começo e depois se entregam as vicissitudes da vida: emprego, casamento, filhos, etc. E assim ficamos a mercê das escolhas dos outros, em detrimentos das nossas próprias.
Pois digo que podemos mudar esta situação. E usarmos da própria estratégia da classe dominante, para que possamos viver nossa existência como homens. E não mais como fantoches. Podemos revolucionar nossas vidas por meio de “escolhas”. Mas não aquelas falsas escolhas, manipuladas por outros. E sim por nossas próprias escolhas.
Escolher, na orientação fenomenológico-existencialista de Sartre é muito mais que um ato isolado. É todo um empreendimento de vida. Tanto pessoal, quanto universal. Quando escolhemos nos tornamos homens, conscientes da nossa existência. Nas palavras de Sartre: “Nunca se é homem enquanto não se encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer”
Assim podemos dizer que a essência precede a existência. Não temos uma essência pré-definida por algo divino, já que a própria igreja prega um livre arbítrio. Tornamo-nos humanos a partir do momento que fazemos nossas primeiras escolhas. Escolher, portanto, é um ato de consolidação da nossa existência.
Neste sentido somos responsáveis por nós mesmos. Toda nossa vida pode ser alterada pó uma única escolha. Esta afirmação é muito bem ilustrada pelo filme: Efeito Borboleta, onde o personagem principal misteriosamente consegue voltar no tempo e alterar uma escolha que fez no passado. A cada ato de escolher que ele alterava, todo seu futuro era alterado.
Mas, escolher consciente é muito mais trabalhoso. Primeiro devemos abrir os olhos e observar a realidade ao nosso redor. Tomar uma posição crítica e, como diz Hurssel, abandonarmos a “atitude natural”.
Só assim poderemos distinguir as escolhas impostas a nós das que são verdadeiramente nossas. Há os que estão cientes da ilusão em que vivem e continuam a aceitar viver nelas, porém estes fizeram sua escolha. A preocupação maior recai sobre os cegos, a maioria do povo, cuja escolha quem detém são os outros.
O caso do Brasil é gritante. A maioria do povo se contenta com as escolhas feitas pela cúpula política que, teoricamente estão lá para nos representar. Muitos escolhem ainda pelo “voto de cabresto”, não tão diretamente manipulado como outrora, e sim de forma indireta, sutilmente manipulada através de políticas assistencialistas. E como a História tudo se repete, ainda agora se utiliza o “pão e circo”, comida e festa para o povo e tudo é esquecido. E com ajuda dos meios de comunicação, as escolhas são manipuladas.
Portanto, segundo Sartre e sua filosofia fenomenológico-existencialista somos responsáveis por sermos o que somos. E mais. Somos detentores do poder de mudar nossa realidade e as dos outros. Pois quando escolhemos, devemos nos perguntar: e se todo o mundo escolher assim? Nossas escolhas são os motores da história, da nossa e do mundo todo.
Mas em primeiro lugar é necessário tornas nossas escolhas conscientes. E como Platão pregava “sair do mundo das sombras”. E, além disso, e mais importante, devemos voltar para o “mundo das sombras” e avisar os outros que lá permaneceram. E assim fazer com que todos nós seres humanos, se tornem verdadeiramente humanos.


Psicologo da Net

REFERÊNCIAS

GILES, Thomas Ransom. Jean-Paul Sartre IN: História do Existencialismo e da Fenomenologia, volume 2 . São Paulo, EPU e EDUSP, 1975. PP. 293-367


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