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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Abordagens Psicólógicas

Ancona-Lopes e Figueredo (1990) construíram um Guia Psi objetivando orientar leigos acerca da assim denominadas Psicoterapias – tratamento psicológico de pessoas com perturbações psíquicas, cognitivas/afetivas/psicomotoras, ou que se sentem perturbadas. Eles acabam constrindo uma outra classificação de abordagens psicológicas – que envolve as três anteriormente citadas.
1)  A Psicanálise de Sigmund Freud e seguidores – linha que eles dedicam mais espaço de descrição;
2)  A Psicologia Analítica de Carl G. Jung e seguidores;
3)  A Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers e seguidores;
4)  O Psicodrama de Jacob L. Moreno (1889-1974);
          Essa abordagem nasceu em Viena, marcada por um clima psicológico de inquietude e instabilidade – advindo de forte crise social, histórica etc.
          Moreno propõe – nesse clima – um teatro dramático. Atento a si mesmo e aos outros homens nasce essa abordagem que apregoa a libertação do homem.
          Nasceu do próprio exercecício dramático de Moreno, de sua experiência vivida – e não de teorias.
          Drama – palavra que vem do grego - significa ação: aquilo que ocorre no momento mesmo da vivência.
          A ação mesma tem como atores – sociais – o próprio homem, o seu estar imerso em sua liberdade diante da verdade que lhe é dada social e históricamente. A mesta dessa Psicologia Dramática – enquanto intervenção prática – é conseguir com que o ser humano se aproprie dessa verdade histórica ou que ela a resgate diante da descoberta de que perdeu sua liberdade ou da qual esteve alienada. O exercecício dessa posse de si no mundo acontece tendo como facilita(dor) os jogo dramáticos/ comédios inventados e permitidos ali no setting clínico.
          Toda pessoa é incentiva e criativa, trazendo em si mesmo essas potencialidades, necessitando de espaço para expor-se. Assim, as experiência vão marcando o ser humano, e o nascimento é sua primeira experiência de ser no mundo. O nascer é uma experiência boa, da qual resulta a vida, a existência.
          O nascer – (com)partilhado pelo bebê, mãe e pai – é uma vivência positiva e ao mesmo tempo a matriz espontânea na qual o ser terá sua personalidade desenvolvida. As experiências que aparecerão a partir daí vão moldando essa personalidade.
          Entretanto nem todas as experiências são vivências positivas, ou vividas como tal. A pessoa corre o risco de sentir-se ou tornar-se pequena/ limitada, não muito criativa – em desacordo com suas potencialidades – nada natural/ espontânea. Nada mais partirá de si, mas das determinações ou “conservas culturais” – “nos produtos já estabelecidos socialmente que determinam os comportamentos esperados, estabelecem regras e impedem manifestações inovadoras” (Ancona-Lopez; Figueredo, 1990; p. 131-132).
          As psicodramatizações objetivam: liberar a espontaneidade; facilitar o uso da criatividade; estabelecer novas redes de sentidos ou de significados etc. Valoriza-se o tempo presente penetrado que está pelo passado e pelos projetos futuros. Nesse processo o sujeito exterioriza suas experiências de ser no mundo.
          Geralmente esse processo é grupal – mas pode ocorrer individualmente - onde aparece uma rede sociométrica e papéis sociais onde se articula o drama: o protagonista (porta-voz do drama0 vivencia papéis envolvidos na psicodramatização até chegar à catarse de integração. Para que isso ocorra tem-se que dar conta da alienação – de si mesmo no mundo – recuperando o desejo próprio e a singularidade própria da ação.
         Fases do psicodrama:
a)  Aquecimento inespecífico : fase da preparação; procura de um tema comum; localização de um protagonista;
b)  Aquecimento específico e dramatização : aquecimento para a dramatização de uma temática específica com a finalidade de reconstituição da realidade vivida e atualização dos papéis implicados nessa vivência;
c)  Cometários : amplia-se a discussão junto com o grupo, envolvendo o protagonista e as insere dentro do contexto social e histórico.
5)  A Psicologia Existencial de Rollo May – considerado um Psicanalista Humanista; Boss; Binswanger; Van den Berg; Viktor Emil ou Emmanuel Frankl e Carl R. Rogers – e hoje acrescentaríamos Eugene Gendlin, John Wood – que vive no Brasil, Jayme Roy Doxsey – nascido nos EUA e naturalizado brasileiro; Yolanda Cintrão Forghieri, Franz Rúdio – que já lecionou na UFES, Franz Karel – ex-professor da UFES, Hiran Pinel – professor do Centro de Educação da UFES, Paulo Roque Colodete – psicólogo clínico e psicopedagógico de Linhares- ES etc.
          Para a Psicologia Existencial o homem é um ser livre e capaz de fazer escolhas – e ao fazer, perder outras mais, e sofrer ou nõ por isso. Ele também apresenta capacidades de fazer seus projetos de vida. Ele escolhe e se responsabiliza pelas escolhas, mas é um ser inventivo, provoca(dor) e pode na sua irresponsabilidade assuntada mostrar-se responsável dentro de um contexto social , histórico, econômico, ideológico etc. Ele é apronta(dor) e pode no cotidiano deixar-se penetrar pela alienação, pela banalidade mas também pela criatividade.
          Nesse sentido homem é um devir, sempre incompleto, finito, aberto às experiências, incerto, que não se repete etc. É um ser no mundo, isto é, deve ser compreendido contextualizado social e historicamente, sofrendo impacto complexo dessas e outras variávéis.
          Essa vertente “bebe” na fonte de grandes filósofos fenomenológicos-existenciais como Kierkegaard, F. Nietzche – o que não me mata, me faz forte e me dá vida, me sustenta - Hussel, M. Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty.
          O existencialista preocupa-se com o ser, compreensão, experiência etc.
          Os psicólogos existenciais e fenomenológicos – profissionais e pesquisadores - respeitam os significados – e/ ou sentidos – que o sujeito atribuí à suas experiências e o projeto que ele delineia para sua vida. No encontro entre ambos, o profissional procura esclarecer como o sujeito vê e sente a si mesmo no mundo, o que deseja e como sinaliza suas potencialidades.
          Colodete e Pinel (2004) criaram um pequeno glossário de Psicologia Humanista Existencial. Vamos ler/ estudar esse dicionário ou glossário?
          Nesse glossário os autores procuram conceituar e compreender os seguintes termos indispensáveis para que se efetue –pelo menos sob a ótica sentida deles - uma pesquisa existencia:
COMO É;
COMPREENSÃO;
COTIDIANO;
ENTE;
ESCUTA SENTIDA/ CLÍNICA/ ATIVA/ PARTICIPANTE;
EXISTÊNCIA;
EXISTIR;
EXPERENCIAR;
EXPERIÊNCIA;
GUIA DE SENTIDO – GS;
O QUE É;
SER;
VIVENCIAR.
          Vamos estudar o texto – aqui reproduzido entre aspas:
          “!Como é: interrogação fundamental da pesquisa fenomenológica-existencial, significando seu interesse pelo processo interdinâmico daquilo que é ao estar sendo no mundo: Como é “isso” no mundo?
          !Compreensão : o ato de envolvimento existencial e distanciamento reflexivo junto a um outro. O mesmo que processo empático, ou escuta empática, onde o pesquisador se coloca no lugar do outro como se fosse o outro e imbrincando-se ai mesmo. Objetiva apreender o que for possível da existência do ser através dos seus modos de ser.
          !Cotidiano : espaço do homem da rua, prenhe de alienação e de “babaquices”, mas, principalmente, é espaço onde o sujeito, imerso no seu dia a adia, inventa táticas criativas e de oposição ao estabelecido, através de trocas e de práticas efêmeras. O trabalho de Certeau comparece para resgatar o positivo e o encantado que irrompe no cotidiano miúdo das pessoas, no seu dia a dia. O cotidiano é o espaço propício para os mostramentos do ser.
          Compreendemos esse cotidiano como pois espaços criativos, provocadores e não apenas lugar das alienações, de repetições e de loucura, mas das astúcias e invenções, como bem descreve Michel de Certeau (1996). Para nós, o ser no cotidiano, é o modo de ser inventivo e enfrentativo, mantendo a vida vivida cotidianamente, criando e recriando modos alternativos de ser ai mesmo.
          !Ente : para efeitos de nossa pesquisa, consideramos ente, o ente humano; ser humano; o homem; a mulher; a pessoa.
          ·Escuta sentida/clínica/ativa/participante : refere-se a uma atitude de escutar ao outro, colocando-se no lugar do outro como se o outro fosse. Ao mesmo tempo, exige engajamento do escutador sentido, exigindo, às vezes, uma tomada de decisão de participar de modo mais explícito, mas sem nunca abandonar a escuta sentida como base e fundamento da intervenção para coleta e análise de dados pesquisa ou de outro evento (psicopedagogia; ensino escolar; psicoterapia; aconselhamento etc.).
          !Existência: refere-se ao ato sentido da pessoa lançar-se ou jogar-se no mundo; do sentir dessa pessoa; do viver da pessoa; o psicólogo existencial se interessa pela vida vivida, pela experiência do outro, escutando desse outro como experencia.
          ·Existir : é o mesmo que ser ; ser – escrito em letra minúscula - é um constante e movimentado vir a ser sendo (devir); existir é ser. Ver conceito de ser , neste glossário.
          !Experenciar: refere-se a uma ou mais experiências vividas intensamente pelo próprio sujeito, que de tão impactantes, acabam por marcar o seu mais profundo e significativo ser (sendo: devir), isto é, sua vida afetiva, que “como a metáfora das águas, conduz o barco da cognição, tornando-se ambos indissociáveis” (Pinel, 2004; p. 3). Para efeitos de pesquisa, o termo experenciar será o mesmo que vivenciar. Ver conceito de vivência, neste glossário.
          !Experiência : aquilo que se passa no interior ou na subjetividade da pessoa, descrito do ponto de vista dela mesma; aquilo que é descrito pela pessoa mesma que experencia uma ou mais situações do mundo e das relações interpessoais – objetividade - mostrando ser seus modos de ser no mundo, num enlace indissociável enter “subjetividadeobjetividade”.
          !Guia de sentido - GS : termo inventado por Pinel (2000; 2003). Refere-se a subjetividade afetiva(amizade; coragem; companheirismo; amor; compaixão; ser amoroso etc.) que se vivido (experenciado), metaforicamente acopla ao Guia, fornecendo sentido à vida, e que é apreendida e descrita pelo pesquisador, no modo que apreende, procurando fazê-lo o mais próximo às experiências do outro (sujeito da pesquisa).
          O GS ou Guia de Sentido é algo (valor, atitude, energia etc.) que move o ser a ser si mesmo o mundo. Também pode ser um instrumento de coleta e análise dos dados obtidos em uma pesquisa, onde se descreve esse algo ou outros valores, atitudes, energias etc.
          O GS pode também ser (des)velador de modos de ser em relacionamentos interpessoais de ajuda, seja nos Aconselhamentos, na Psicoterapia, na Orientação Educacional ou na Psicopedagogia, que ao ser dito e escutado, provoca mudanças nos modos de ser no mundo, de alguém.
          !O que é: interrogação fundamental da pesquisa fenomenológica-existencial, significando seu interesse pelo básico, pelo indispensável, pelo fundante da existência, pela definição plena, pelo que é ao estar sendo no mundo: O que é “isso” no mundo?
          !Ser: é o ato sentido de existir concretamente no mundo em comum-união, ser no mundo, ser da alteridade. Ser sendo existência, impõe sua compreensão no contexto sócio-histórico, político, econômico, político, ideológico etc. Entretanto, também trabalhamos com o conceito de ser como algo ou aquilo que se mostra nas linguagens (humanas) – verbal e não verbal – dos entes (ver ente nesse glossário). Ser é o que aparece e que ao fazer isso ai mesmo, se deixa descrever pelo pesquisador e ser testemunhado pelo leitor. O ser é contextualizadosócio-históricamente, e está em estado de devirinconcluso que é. O ser, nesse sentido, não é pois essência,existência que é. Também não é, entre outros aspectos, fixo e nem estável, muito menos coerente e unificado: éafixado, desestabilizado, incoerente, desunificado... Nossa concepção de ser diferencia-se pois de sua etimologia que destaca a fixação, o assentamento, a essência. Para nós, o lugar / tempo onde o ser mais se mostra é nocotidiano (ver cotidiano nesse glossário). Também concordamos com Carreteiro (in Sawaia et al., 2001) que pensar o ser do homem é identificar este esforço para uma ultrapassagem contínua. Para nós este esforço é visto nas maneiras de fazer do homem/ mulher no cotidiano, advindo do seu ser e dos modos de ser.
          O termo 'ser' então é algo como aquilo que do ser humano se mostra, o que aparece e que ao fazer isso ai mesmo, se deixa descrever pelo pesquisador e ser testemunhado pelo leitor. O que se se mostra são subjetividades, e teremos que ir à cata dos seus modos de ser cotidianamente, lidos/ sentidos/ intuidos que serão nos intertextos afetivos / cognitivos. Outro aspecto importante a destacar é o que desejamos falar / sentir quando propomos trabalhar com a categoria ser .
          O ser é também marcado pelo contexto sócio-histórico, uma singularidade na pluralidade de ser mesmo aí. O ser, nesse sentido de trocas complexas (eu / tu / nós / mundo / história / sociedade) está em estado de devir, incompleto e à deriva que sempre está, aberto ao mundo, e à sua finitude que o joga nesta mesma mundanidade. O ser não é pois essência, existência que é. Ser é existir, e a existência é frágil / forte, bela / feia... tudo a só tempo. Tempo “solchuva”, arco irís multicolor e aberto a mais cores ao olhar de quem “vêsente”.
          Estamos interessados pelos modos de ser cotidiano de Ingridi. O que veremos / sentiremos serão assubjetividades pelo viés da vida afetiva com seus sentimentosemoções e desejos. Dessas subjetividades iremos à cata dos modos de ser cotidianamente esta menina.
          Se ser é existir , e a existência é sempre aberta, complexa, incompleta, indefinida etc., podemos afirmar que não sabemos dizer ou categorizar modos de ser do ser (humano), e será no processo mesmo de coleta de dados e de sua discussão que poderemos apreender sinais desses modos , sempre abertos ao leitor, àvido ou não de (re)descrever mais e mais modos .
          !Vivenciar : para efeitos de pesquisa será o mesmo que experenciar; “coisas” da vida vivida que o ser humano experimentou vivendo, vivenciando; conhecimento sentido adquirido no processo de viver; uma experiência que metafóricamente penetra na pele e na alma do ser” (Colodete e Pinel, 2004; p. 51).
          Eis um exercício:
          Procure produzir um paper existencial.
          Faça um relato de sua prática pedagógica sentida. Escolha um situa'vcão onde o aluno / aluna te (co)moveu seja provocando raica, ódio, amor, (com)paixão, alegria etc.
          Coloque esse seu artigo em alguma home page de pessoas que você conheça- ou quem sabe, você a abra. Avise ao seu orientador acadêmico e ao seu professor especialista.
          Fala desse seu paper nas tele conferências. Escreva sua experiência no blog, uma espécie de diário de aprendizagem na rede – tempo real. O bom de você fazer isso é que eu posso acompanhar esses tarbalho escolar/ acadêmico, e com isso divulgar nosso trabalho, não é?!
          Lembre-se nosso ne@ad já tem o blog, mas você pode criá-lo (Gentili, 2004).

6)  A Terapia Gestáltica – de Frederick Perls (1983-1970);
          Maria do Rosário Camacho (2004) investiga a conpcepção de homem implícita na Gestalt proposta por Perals: Gestal-terapia. A natureza desta investigação é de característica teórica. Ela consiste no levantamento, organização e avaliação dos conceitos relacionados à concepção de homem extraídos da obra de Fritz Perls, dos artigos publicados nos últimos cinco anos no The Gestalt Journal e na bibliografia especializada publicada em português.
          Vamos ao texto mesmo de Camacho:
          (...)
          Para a Gestalt-terapia o homem constitui-se a partir de algumas características que passamos a enumerar.
O homem como ser digno de confiança :
O homem é tomado como um fim porque ele está sempre por se fazer. Não há outro legislador além dele próprio. "As coisas são, só o homem existe" (Heidegger, 1979).
O homem como ser responsável :
O homem é que fez de si mesmo, pois inexoravelmente se escolhe ser o que é. "Não há desculpa para o ser humano" (Sartre, 1978).
O homem como ser de totalidades :
O homem é composto por partes, mas é uma Gestalt. É um ser biopsico-social e só pode ser entendido se o conhecermos como um todo. O conhecimento de apenas partes deste homem leva a inúmeros enganos.
O homem como ser voltado para a consciência:
O homem pode estar permanentemente ligado ao aqui e agora através de uma tomada de consciência continuada (awareness continuum). Isto é essencial para o funcionamento adequado do ser humano que é um ser permanentemente à cata da consciência.
O homem como ser auto-regulado:
O homem possui um impulso dominante de auto-regulação pelo qual é permanentemente motivado e tende portanto ao equilíbrio.
O homem como ser em permanente energia de auto-realização:
O homem possui uma força que o movimenta na direção da satisfação de suas necessidades que, em última instância, é a auto-realização do ser, ou seja, o princípio orgânico pelo qual o organismo se desenvolve plenamente.
O homem como ser de presentificação:
O homem está em busca permanente e contínua do seu momento existencial. Pode obter esta presentificação de várias formas mas, particularmente, através do próprio corpo que constitui um discurso completo sobre ele mesmo.
O homem como ser em busca do sentido para sua existência:
O homem está em permanente busca de iluminação, isto é, em se integrar para se entregar à vida através da contextualização das suas percepções, suas experiências, sua existência.
          Destas características podemos extrair um conceito congruente com a abordagem da Gestalt-Terapia :

O HOMEM É UM SER DIGNO DE CONFIANÇA, ISTO É, É RESPONSÁVEL POR SI MESMO POIS SE ESCOLHE SER O QUE É, É UMA TOTALIDADE QUE PODE SER INTEGRADA, VOLTADO PARA A CONSCIÊNCIA, AUTO-REGULADO, EM PERMANENTE ENERGIA DE AUTO-REALIZAÇÃO E PRESENTIFICAÇÃO E EM BUSCA DE DAR UM SENTIDO ÀS SUAS PERCEPÇÕES, ÀS SUAS EXPERIÊNCIAS, À SUA EXISTÊNCIA.

          Quanto às implicações da concepção de homem no processo psicoterápico nós partilhamos da crença de que a concepção de homem adotada por uma abordagem teórica orienta e delimita o trabalho que tal abordagem realiza em todas as suas fases e dimensões.
          Assim, a abordagem da Gestalt-terapia, por assumir a concepção de homem que acima mencionamos, é orientada e delimitada em suas formulações teóricas, técnicas e práticas – incluindo sua docência e supervisão, pelo conceito de homem a que chegamos no final do item anterior.
          Vejamos as principais implicações desta concepção de homem:
· O homem é um ser digno de confiança, ou seja, os gestalt-terapeutas possuem uma profunda crença nas potencialidades humanas. Sua atitude básica é a de que o homem é capaz de lidar e resolver suas dificuldades. Isto implica em que o homem seja tomado como um fim, numa valorização dos aspectos positivos deste homem e na confiança de que tais aspectos contaminem os aspectos que, segundo o julgamento deste mesmo homem, são inadequados. Para os Gestalt-terapeutas a saúde, por exemplo, contamina a doença e a remove.
· O homem é responsável por si mesmo, isto é, ele possui uma aptidão para responder de modo a constituir sua individualidade, a constituir o seu ser. Uma das implicações mais profundas desta concepção, na qual os gestalt-terapeutas encontram-se ancorados, é a idéia da não prescrição. Nada prescrever para os outros, pois eles sabem de si e se fazem, como podem se fazer, aqui e agora.
· O homem é uma totalidade, ou seja, para os gestalt-terapeutas o homem só pode ser entendido se tomado como uma Gestalt. Em uma Gestalt há uma parte vívida que prende, em um dado momento, nossa atenção – a ela denominamos figura. Além dela há as partes restantes indiferenciadas, denominadas de fundo. Perceber o homem como uma totalidade implica, em Gestalt-terapia, tanto estar atento para a figura, quanto ao fundo e à articulação de ambas. Tal postura difere da psicanalítica que, a nosso ver, prioriza o fundo dando pouco valor à figura. E difere também do comportamentalismo que, a nosso juízo, prioriza a figura dando pouco valor ao fundo. A implicação básica de considerarmos em Gestalt-terapia o homem como uma totalidade é a de assumirmos uma postura holística.
· O homem pode ser integrado, ou seja, os gestalt-terapeutas percebem as possibilidades de superação do conflito humano de identificação X alienação, onde a pessoa tende a assumir algumas de suas características e a banir de sua percepção algumas outras. Isto implica em uma valorização da percepção do cliente, na atenção constante do terapeuta em todas as formas de comunicação do cliente – quer verbais, gestuais, oníricas, etc., e, em uma série de experimentos (propostas fenomenológicas) que objetivam o incremento perceptual.
· O homem é voltado para a consciência, isto é, o homem está propenso à atenção acerca de si e do mundo que o cerca (a palavra é aqui empregada como uma transposição do inglês awareness – qualidade ou estado de ser cônscio, ciente, atento, advertido). A implicação básica disto, em Gestalt-terapia, é a de uma luta constante no processo psicoterápico contra a alienação, para que o homem possa entrar na posse de tudo aquilo que ele é.
· O homem é auto-regulado, ou seja, o homem tende à homeostase, ao equilíbrio. A idéia de auto-regulação implica em uma concepção distinta, em Gestalt-terapia, de saúde e de doenças. Para os Gestalt-terapeutas as noções de saúde e doenças são vistas em uma curva de energia (Zinker, 1979) onde a saúde corresponde a um equilíbrio energético e a doença a um momento de desequilíbrio de energia. Vejamos a curva proposta por Zinker. Na parte exterior da curva encontra-se o ciclo de saúde e na parte interior o ciclo de doença.
· O homem está em permanente energia de auto-realização, ou seja, o homem busca ser o que necessita ser. Os gestaltistas, procurando examinar em profundidade tais necessidades, percebem ser singulares as necessidades de cada homem. A implicação básica deste exame e desta percepção é a de que cada ser guarda sua singularidade e de que não há possibilidades de generalização. Daí decorre uma nítida idéia de não interpretar, pois a interpretação pode levar a enganos na medida em que ela é feita com umreferencial teórico e/ou vivencial estranho à unicidade e singularidade de um cliente em particular.
· O homem é um ser de presentificação, isto é, o homem busca continuamente seu momento existencial. Isto implica numa ênfase ao aqui e agora. Os gestalt-terapeutas percebem que o passado é revivido aqui e agora como frustração, ansiedade, etc e que o futuro é experienciado aqui e agora como expectativa, ansiedade, etc. Vale mencionar no entanto, que o aqui e agora que é enfatizado na Gestalt-terapia refere-se ao momento existencial do cliente (quer ele se refira ao passado, ao futuro ou ao momento presente) e não ao seu momento cronológico.
· O homem busca dar um sentido às suas percepções, às suas experiências, à sua existência, ou seja, o homem busca sua contextualização. Daí decorre a ênfase que a Gestalt-terapia propõe ao como e não ao porque. Para os gestaltistas o sentido da existência pode ser melhor captado através do exame da maneira como eu vivo, do "modus faciende", do modo como eu me faço. Os gestalt-terapeutas acreditam também que uma postura que valorize as causas – os porques – normalmente retiram a pessoa da situação presente, o que leva geralmente a muitos enganos” (Camacho, 2004; p. 1).
7)  A Análise Transacional de Eric Berne.
          Desenvolve a crança de que as pessoas nascem “OK” – com todas as potencialidades e direitos a uma vida harmoniosa, inclusive o de compreender e resolver seus próprios problemas. Se a pessoa se sente “NÃO OK” ou cha que o mundo está “NÃO OK”, ela pode, através de um processo de redecisão, alterar seu roteiro de vida e a estrutura de seus relacionamentos.
          Os problemas da pessoa tiveram origem na infância, por meio de experiências infelizes e malsucedidas,com as figuras paterentais – pai e/ ou mãe – e outras figuras de autoridade.
          A adversidade deixa marca no ser da pessoa, ficando dentro dela como se fosse uma programação que contamina seus comportamentos e atitudes, gerando desarmonia e sofrimento.
8)  A Psicologia Transpessoal de Sutich.
          Sutich diz que a Psicologia Transpessoal é aquela que está direcionada – direta ou indiretamenet – para o reconhecimento, a aceitação e a percepção dos estados últimos.
          Antes da abordagem psicoterapêutica da Psicologia Transpessoal, outras aobrdagens já transitavam por está área: Psicologia de Jung que estudou Astrologia, o I Ching etc. O psicanalista italiano Roberto Assagioli que considera o homem em constante transformação, em um processo de crescimento e atualização de seu potencial, buscando sempre a sua auto-realização. Maslow, Sutich e Grof assosicam a Psicologia Transpessoal como um dos desdobramentos da Psicologia Humanista. Maslow estudou, por exemplo, experiências místicas ou de “pico” tidas como espirituais e facilitadoras de meditação, proximidade da morte e estados alterados de consciência.
          Esses eatados podem ser interpretados por psicólogos tradicionais como psicopatológicos, esquecendo que essas pessoas se beneficiam com estes eatados, “pois atendem às suas necessidades de desenvolvimento espititual. [Para Maslow] (...) os impulsos para alcançar os valores superiores (metavalores) são intrínsecos à natureza humana” (Ancona-Lopes e Figuedo, 1990; p. 152).
9)  As Psicoterapias e Técnicas Corporais de Wilhelm Reich, Lowen, J. H. Schultz – Treinamento Autógeno; J. Faust; Petho Sandor; L. Michaux; Relaxamento Carátero-Analítico;
          De modo geral os atendimentos nessa esfera da psicoterapia, o psicólogo se utiliza de movimentos estimulantes no corpo do educando/ cliente, “ (...) deslizamentos, leves amassos, percussão e vibração” (Ancona-Lopez e Figueredo, 1990; p. 159).
          Lembrem-se que Reich trabalha e valoriza o Orgasmo propriamente dito, ofísico-sexual – e ainda assim coloca regras para esse estado de transe e prazer. Seu fóco foi apenas o heterrossexual como vertente mais saudável. Dizia que deveria ser impedido fantasias irrelevantes e com uma duração apropriada. “Sobretudo, um verdadeiro orgasmo tinha que resultar na complexa libertação da libido bloqueada. Por outras palavras, a potência orgástica era definida em têrmos econômicos; era ‘a capacidade de completa descarga de tôda a excitação sexual reprimida, através de agradáveis contrações involuntárias do corpo” (Robinson, 1971; p. 15).
10)  A Psicoterapia Comportamental de Nucci , Skinner , Lazarus

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